Com ênfase no filme Cinderela em Paris.
“Pedras foscas”, atiradas em cantos sombrios, nem sempre são inúteis e, por vezes, podem abstrair um brilho exuberante, todavia, para isso necessita-se de alguém capacitado a enxergar através da “cápsula” – significa uma barreira que a bibliotecária possuía, a qual os outros não conseguiam ultrapassar. Assim podemos definir como a “pedra fosca”, a bibliotecária Jo Sotckton, e o fotógrafo, Dick Averi, ambos protagonistas do filme “Cinderela em Paris”, como alguém capacitado a enxergar através da “cápsula”.
O filme, apesar de ser uma comédia romântica, retrata a forma como a mídia pode incluir alguém no “Fashion World” quando as revistas de moda realmente querem lançar suas “tendências”, praticamente, da noite pro dia. Basta uns retoques aqui e outros ali, como fez Maggie Prescott, editora da revista Quality, com a “moça da biblioteca”. De certa forma, Maggie, assustou a moça intelectual com sua fúria sagaz por transformação. Contudo, atualmente, no mundo da moda, as coisas não se alteraram muito com o passar do tempo.
Os meios de comunicação – rádio, TV, revista, jornal – lançam diversas coisas em seus “editoriais”, no entanto, há sempre uma matéria foco, a qual procura influenciar os espectadores e/ou leitores a adquirir o “produto” lançado, enfeitiçando -os com seus artifícios, sejam eles editoriais fotográficos, desfiles ou comerciais de rádio e TV. Portanto, podemos citar que o filme retrata, por meio da indumentária e dos objetos na cor rosa, como a mídia consegue ludibriar a população, usando como meio de propaganda para atingir principalmente o público feminino. E apesar desse fato ser fictício, é possível perceber que na sociedade globalizada atual a cor rosa ainda permanece sendo uma cor quase que exclusivamente para as mulheres.
Quando algo muito bem “produzido”, seja uma fotografia ou uma propaganda de TV, é lançado para a massa, geralmente, a aceitação dos mesmos é boa. Diga-se que essa aceitação se transforma em desejo, o qual, por sua vez, fará o espectador querer, o mais breve possível, possuir tal produto.
Atualmente, o meio de comunicação mais eficaz é a internet e é justamente por esse tipo de mídia que nós, consumidores, somos enfeitiçados. No filme, a editora da revista preocupa-se em lançar novidades, em ser pioneira, em ser melhor do que as melhores revistas de moda. E funciona assim no nosso mundo de informações atual: buscas por novidades. Porém, o que podemos perceber que foi perdido no tempo são as matérias exclusivas, ou, matérias que sejam publicadas antes de qualquer outro meio e, tudo isso devido a internet, pois é mais prático e rápido da informação ser lançada e vista pela massa.
Assim sendo, a mídia busca cada vez mais lançar suas novidades via internet por múltiplas razões, tais como o alto custo de impressão de uma revista, a “frieza” das notícias quando a mesma chega nas bancas e pelo fato do meio cibernético atingir diversos públicos e não necessariamente o público-alvo que a propaganda quer buscar, o que acaba captando um público maior de consumistas.
Portanto, pode-se dizer que o filme demonstra uma realidade que ainda persiste nos dias atuais, como o fato da mídia influenciar fortemente nas decisões e escolhas pessoais de cada indivíduo. Por isso é imprescindível que as pessoas saibam diferenciar o que é desejo e o que é necessidade.